Em busca de soluções que contribuam para combater ou amenizar os impactos da Covid-19, e mesmo com as aulas suspensas, grupos de pesquisa de instituições de Ensino Superior de Santa Maria continuam atuando. Um grupo de professores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e de médicos da cidade criou um projeto para recuperar, adaptar e desenvolver novos respiradores. Já um docente da Universidade Franciscana (UFN) desenvolveu um software que detecta um possível paciente contaminado com Covid-19 por meio de Raio-X.
Desde que a demanda por respiradores aumentou por conta dos casos de problemas respiratórios, professores do Departamento de Linguagens e Sistemas de Computação, do Centro de Tecnologia (CT) da UFSM, em conversas com médicos de Santa Maria, começaram a desenvolver ações para ampliar a disponibilidade desses aparelhos.
Com isso, nasceu um projeto que contempla três aspectos: recuperação, adaptação de manuais e desenvolvimento de respiradores de baixo custo (confira detalhes no quadro).
TECNOLOGIA
Em fevereiro, o professor Mirkos Martins, da UFN, começou a trabalhar no desenvolvimento de um software que ajuda a detectar um possível paciente de Covid-19 por Raio-X. A iniciativa busca auxiliar na triagem de casos suspeitos, utilizando o equipamento como exame primário.
- Como sou pesquisador da pós-graduação em nanociências, nesse período de isolamento, passei a ler vários artigos e pesquisas pelo mundo sobre a Covid-19. Iniciei o acompanhamento da doença lá pelo dia 15 de fevereiro, e um dos trabalhos que li falava da análise de raio-x através de inteligência artificial. A partir daí, a coisa começou a ganhar forma - explica.
A validação do programa e dos resultados é feita com a colaboração do setor de radiologia de um hospital da Passo Fundo. Também deve ser confirmada, nos próximos dias, a adesão de um hospital de Bagé. Martins conta que recebeu contato de um médico chileno demonstrando interesse em auxiliar no projeto.
O professor da UFN pretende apresentar o programa ao governo do Estado ainda nesta semana. A intenção, segundo Martins, é distribuir a solução, de forma gratuita, a todo estabelecimento de saúde envolvido na triagem.
- O projeto é uma ferramenta de auxílio. De modo algum deve substituir a opinião final dos especialistas de saúde. O trabalho de triagem via Raio-X demonstra uma possibilidade barata para acrescentar um item na separação dos casos positivos daqueles negativos para a Covid-19 - complementa.
Todo o desenvolvimento foi feito utilizando ferramentas e softwares "Open Source" e sem custo. A proposta é permitir sua disseminação para o maior número possível de interessados da área de saúde, hospitais, clínicas ou consultórios.